domingo, 9 de outubro de 2016

Cusco e Machu Picchu

Cusco - 21/09 a 27/09
Plaza de Armas - Cusco
Depois de 19 horas dentro de um ônibus, que incluiu psicopatas olhando para a nossa cara, vômito na poltrona do lado, greve de taxistas no caminho, escolta policial, agonia de não ter ninguém para conversar e mil filmes depois, chegamos a Cusco. Ficamos no hostel Pariwana de Cusco também, que era super bem avaliado. Ficamos nos primeiros dias em um quarto feminino e conhecemos duas brasileiras, a Letícia e a Vanessa. Depois do longo dia de viagem nos demos de presente um jantar no Morena Peruvian Kitchen, o segundo melhor restaurante de Cusco de acordo com o TripAdvisor. Depois de um vinho ótimo e uma comida excelente (comemos o talharim com pollo saltado e arroz com lomo saltado e frutos do mar) encerramos o dia. Super recomendo o Morena. O preço é muito bom para a quantidade de comida e qualidade.

Morena

Acordamos cedo no dia seguinte para comprar o trem para Machu Picchu. Sim, foi em cima da hora e todo mundo apavorou a gente. Mas deu tudo certo. Depois de comprar o trem na agência da Peru Rail na Plaza Regocijo ( a passagem do trem é BEM cara e realmente é bom se preparar para a facada.. foram 130 dólares ida e volta, saindo de Ollantaytambo) andamos um pouco pela região, conhecemos a Plaza de Armas durante o dia, fomos na Igreja de São Francisco e fomos em uma das mil feirinhas que tem pela cidade comprar mais lembrancinhas. Recomendo deixar para comprar tudo no Mercado San Pedro. É tipo um mercado municipal que tem de tudo, desde artesanato até cuy no palito. Quando saímos para almoçar acabamos encontrando o italiano da Laguna 69 (essa coincidência acontece o tempo todo no Peru, encontramos as pessoas do início da viagem no fim sem querer várias vezes). Ele estava esperando a Patrícia e acabamos saindo todos para almoçar (eles desencontraram e acabamos ajudando o amor a acontecer <3). Almoçamos em um dos micro restaurantes de 15 soles o menu e a Lilian pediu o tal cuy (também conhecido como porquinho da índia e que se assemelha a um RATO). Mas obviamente ela arregou e causou no restaurante quando veio o 1/4 de cuy(pernas ou braços) que ela cismou que eram as orelhinhas e os olhinhos piscando para ela. O italiano trocou de prato com ela, sem ter noção o que era cuy... A Patrícia não arregou e comeu tudo. Eca! Depois demos voltar para comprar mais lembrancinhas e acabamos mostrando para o italiano (ele tem nome! Chama Antonio) o que era cuy e ele deu um chilique que comeu um RATONNNNN. Mais uma pala para a viagem. hahaha. O italiano decidiu continuar a viagem dele com a Patrícia e achamos super romântico e incentivamos (e morremos de preocupação com ela depois)! Voltamos para o hostel e acabamos fechando o passeio do dia seguinte, para o Vale Sagrado, com a agência do hostel (custou 30 soles e todo mundo da excursão pagou 25.. não vale a pena comprar nesse hostel nada, tudo muito mais caro e injusto!). Depois fomos todos tomar café e o Antonio não parou de falar nem um segundo. Até derrubou todo o copo de capuccino dele sem nem tomar um gole (de tanto que falava). Mais uma pala de rir. No fim do dia compramos um lanche para levar na excursão, pois tínhamos recebido dicas de que não valia almoçar no restaurante que eles levam, que é caro e ruim. Nessa noite tinha karaokê no hostel e a Letícia colocou pilha de irmos. Não nos arrependemos. Demos um show (porque brasileiro sempre causa e não tem vergonha na cara.. temos que fazer jus à nossa nacionalidade!!). Subimos na mesa e tudo. Rolou até um trenzinho durante o ilariê que a Letícia cantou. Foi muito engraçado.

Letícia, Lilian, Richard, Giovanna, Ana, eu e Edu
No dia seguinte acordamos cedo para o passeio e a Letícia, que ia pegar o trem para Machu Picchu aquele dia, foi com a gente. Logo fizemos amizade também com o Richard, um brasileiro que estava no nosso hostel, e com o Edu, um espanhol louco que mora em Londres e foi quem nos fez rir o passeio inteiro. O tour começa às 08:30h da manhã e o trajeto é: Pisac, Urubamba (para almoço), Ollantaytambo e Chinchero. O ingresso parcial para o dia custa 70 soles e paga na entrada de Pisac. O passeio é todo MUITO comercial. O guia que nos levou era o Alex e ele era suuuuper dramático na narração dos casos. Primeiro ele nos leva numa feirinha de artesanato (como se já não tivéssemos ido em 50 mil iguais) e depois vai para Pisac, lá é bem legal, ele introduz bem a história dos incas. Mas depois pára numa rua de comércio de prata e fica mil horas na rua dos restaurantes (caros) para almoço. Depois, rápido como um raio estamos em Ollantaytambo para conhecer o Vale Sagrado e, após uns minutos de explicação sobre o deus Athos (mentira, o nome era outro só que sabe-se lá porque cismamos que chamava Athos e fomos zoadas pela excursão toda) ele nos deu 30 minutos para explorar o negócio todo. Juro que ficamos mais tempo no negócio de prata do que no Vale Sagrado. Ficamos todas indignadas. Em Ollanta nos despedimos da Letícia. =~ e fomos para Chinchero, onde, ao invés de conhecer algo interessante, ele nos levou numa fábrica de tecidos caríssimos e numa igreja, a única que sobreviveu ao terremoto, onde tinha uma pintura de virgem Maria trabalhando. Obvio que Edu fez graça o tempo todo e mal prestamos atenção em alguma coisa da igreja. No ônibus tinha um francês com a namorada peruana. Ele olhava tanto para a gente que dava nervoso (nos vimos de novo no free shops em Lima). Nessa noite jantamos todos juntos em um restaurante bem mais ou menos.

Letícia, Lilian, Giovanna, Ana Paula e eu em Pisac
Vista do Vale Sagrado

Acordamos mais tarde no dia seguinte, fizemos check out do hostel, fizemos nossas compras para Machu Picchu (todos nos alertaram que os preços em Águas Calientes eram exorbitantes, então melhor levar os lanches e água desde Cusco) e fomos procurar uma van coletiva, que a moça da agência da Peru Rail, nos disse que nos deixaria em Ollantaytambo por 10 soles. Quando chegamos na rua indicada encontramos um gringo (lá é muito fácil saber quem é gringo) parado na esquina fumando. Ele falou que era espanhol e estava procurando a van também pois o trem dele era o mesmo que o nosso (o detalhe é que ele nem tinha entrado na rua para procurar ainda e parecia que estava esperando um milagre se operar na vida dele). Uns taxis nos ofereceram para levar por 15 soles cada, mas como somos muito boazinhas 3 segundos depois de conhecer o espanhol não íamos largar ele lá, então fomos procurar o tal coletivo. Depois de muita briga entre os taxistas, entre o taxista e um cara que tava tentando nos ajudar e tal e de o espanhol, o único que fala a língua local, não ajudar em nada, conseguimos achar a tal van para Ollantaytambo. Descobrimos que o espanhol chamava Javier e fomos almoçar juntos em um dos restaurantes charmosos na pracinha em Ollanta. De lá seguimos direto para a estação de trem (é tudo pertinho por lá) e fomos no Vistadome. Javier estava em um vagão diferente do nosso então nos separamos. Pegamos o pior lugar do trem e não vimos quase nada da paisagem bonita. Chegamos em Águas Calientes depois de um pouco mais de 1h de trem e adoramos o lugar. É pequena mas uma graça!! Logo saímos em busca de um hostel e com ajuda de um menino que trabalha em um restaurante, achamos um hotelzinho por 40 soles a noite por pessoa. E ele ainda falava português (carioqueixxx) e ficamos em dois quartos duplos, com banheiro super limpo e moderno. Foi muuuito bom. Chama The Tayta e fica subindo a rua da praça principal. Super bem localizado. Saímos para comprar o bilhete do ônibus que sobe para a entrada do parque. É bem caro também, 24 dólares ida e volta. Tem que comprar antes se você quer subir bem cedo no dia seguinte e não tem fila à noite para comprar. Imprimimos o ingresso da Ana Paula no Ministério da Cultura, ela tinha esquecido. Foi bom para acharmos a tal pracinha e é uma delícia andar por lá. Jantamos em frente ao hotel e acabamos encontramos sem querer Javier novamente (ele tava com olhar perdido andando pela rua). Bebemos um pisco sour juntos e depois fomos todas dormir.
Pracinha principal em Águas Calientes

Dia de Machu Picchu. Acordamos 03:45h para entrar na fila e subir em um dos primeiros ônibus. Acaba que são uns 30 ônibus então quem chegou mais tarde que a gente na fila (chegamos umas 04:30h) não ficou tão para trás. O percurso dura no máximo 25 minutos até a entrada do parque. O único banheiro é do lado de fora, mas a entrada dá direito a entrar e sair algumas vezes. Compramos o ingresso para subir HuaynaPicchu no primeiro horário (às 7h) e saímos em busca da entrada para Huayna. Acabamos nos perdendo na neblina e demoramos um pouco para chegar (o tempo tava horrível!!!). Depois uma senhora nos ajudou e chegamos na entrada. Fica fechada a entrada da trilha até dar o horário certo. Depois começa a subida. É bem íngreme, cheia de degraus e tem hora que fica 90º e você vai se apoiando no degrau de cima para continuar a subida. Mas dizem que dura 1h a subida, para nós durou 45 minutos e não foi tão pesada (estávamos bem aclimatadas com a altitude depois de toda a saga e não sentimos nada, só o cansaço natural da subida mesmo). Quando chegamos no topo... tava tudo nublado e não vimos nada. Fizemos promessas de abstinência de coisas que gostamos para o céu abrir. Abriu quando estávamos descendo e conseguimos ver um pouco da vista acima de tudo. Foi bem legal. Depois descemos e andamos pelas ruínas. Que lugar, que energia. É um lugar sensacional mesmo. Achamos uma grama e almoçamos deitadas lá. Dá vontade de ficar por ali para sempre. Muito bom. Depois encontramos sem querer Javier de novo, que estava sentando desenhando. Obvio que dei uma zoada e continuamos andando (a gente tava tentando ir no Templo do Sol) e no caminho encontramos um brasileiro, o Thiago, que disse que tava muito nublado e não dava para ver nada de lá. Decidimos voltar com ele e, pelo horário, fomos pegar o ônibus de volta para Águas Calientes já que a fila estava ENORME e nosso trem era às 18h. Entramos na fila umas 15h e quando eram umas 15:30h e estávamos um pouco depois da metade do caminho, vimos Javier, que tinha que pegar o trem às 16h, andando a esmo pelo local, com olhar de incrédulo e entrando em uma mini garagem para falar com alguém (juro que pensei que ele tava indo contar do problema de horário dele e tentando desembolar, mas ele tava era perguntando se aquilo era a fila para o ônibus... esse é Javier). A Ana Paula chamou ele para furar fila com a gente (porque somos brasileiros e adoramos fazer coisa errada - a verdade é que ficamos com muita pena) e ele desceu com a gente. Depois que salvamos a vida de Javier e ele chegou a tempo para pegar o trem fomos tomar um cerveja com o Thiago, pegamos nossa mochila no hotel e pegamos o trem para Ollanta. Juro que nunca me senti tão cansada na vida e facilmente teria dormido mais uma noite em Águas Calientes. Seria muito mais inteligente pegar o trem no dia seguinte e descansar essa noite por lá. Mas como não fizemos isso, depois de pegar um taxi em Ollanta, chegamos em Cusco. Ficamos em um quarto com um casal brasileiro que iria sair de madrugada. Nem conversamos direito e, depois de um bom banho, fomos dormir.

Vista de cima, com nuvens
Chegamos no topo

Descobrimos Machu Picchu



No último dia completo em Cusco acordamos tarde e fizemos nada o dia todo. Saímos para almoçar no Nuna Raymi, outro restaurante super bem avaliado no tripadvisor e amamos. Depois encontramos Javier para tomar um café e combinamos de sair para jantar à noite. Quando voltamos para o quarto conhecemos José, outro espanhol e um menino brasileiro, que não fomos com a cara. Chamamos José para jantar com a gente e com Javier, porque Javier não sabe hablar portunhol e os dois se dariam bem. Fomos no restaurante Marcelo Batata, renomado. Foi ótimo!!! Depois fomos para um pub irlandês em frente a Plaza de Armas mas não aguentamos balada depois não. Sim, somos fracas. O José se mostrou uma ótima companhia e amamos ele.
Javier, Lilian, eu, Giovanna, Ana e José


E finalmente, chegou o último dia em Cusco. Juro que eu não queria ir embora do Peru. Amei aquele lugar (mas o povo é meio feio...). Almoçamos com o Edu, com o Thiago e um amigo alemão dele no Morena para despedir da cidade e fomos para o aeroporto (que é muito perto do centro, custa 15 soles o taxi até lá).

Sites úteis:

Ingresso para Machu Picchu: http://www.machupicchu.gob.pe/ super fácil de comprar mas só aceita cartão Visa.

Trem entre Ollantaytambo/Águas Calientes: http://www.perurail.com/



quinta-feira, 6 de outubro de 2016

3 dias em Huacachina

Huacachina - 18 a 20/09
Chegamos em Lima às 07h da manhã e nosso ônibus para Ica (a cidade onde fica o oásis de Huacachina) sairia às 09h. Nosso ônibus era super chique com wi-fi e tv e carregador de celular.. amamos! Chegamos em Ica por volta das 14h e pegamos um taxi até nosso hostel, que ficava na orla do lago, chamado El Boulevard. Deixamos nossas coisas e saímos para explorar o lugar. Apaixonamos de cara. É um oásis mesmo, cercado de dunas.. Bem inacreditável. Fomos almoçar no Nuna, um dos poucos restaurantes que beiram o lago. Em todo o Peru achamos muito os menus econômicos, que por 15 soles (quase todos eram isso) você come entrada, prato principal, uma bebida e, algumas vezes, sobremesa. O Nuna também tem isso e acabamos comendo lá duas vezes. Depois do almoço saímos para dar uma volta e decidimos subir uma duna para ver o oásis de cima. Quando sacamos nosso pau de selfie maravilhoso e começamos a bater fotos parou um carro desses que andam em duna e o moço que tava dirigindo chamou a gente para dar uma volta pelas dunas enquanto ele e o amigo dele faziam windsurf na areia (acho que era isso o nome do esporte..hahah). Fiz a pergunta clássica: DE GRAÇA? Ele: sim! Eu só gritei: VAMOS GENTE! E fomos. Conhecemos então o Fernando e o Guillermo (Pimpinho). O Fernando ofereceu umas pranchas e acabamos brincando de sandboard (sentadas) e foi muuuito legal. Depois de pegar o contato dele para comprar o passeio oficial do dia seguinte (ele tem uma agência que faz os tais passeios para ver o pôr do sol e brincar de sandboard) voltamos para o hostel e conhecemos nossos colegas de quarto. Uma israelense que ficou meio afim de mim e o colega dela. Esse dia jantamos no HuacaFUCKINGchina e os israelenses acabaram indo para lá também. Dormimos cedo, pra variar.


Huacachina


Fernando
                                                                                                       
No dia seguinte, acordamos um pouco mais tarde e mandamos mensagem para o Fernando para combinar o passeio do fim de tarde (30 soles por pessoa). Ele acabou nos convidando para ir a piscina de um hostel, o Carola del Sur. Claaaro que aceitamos. Foi uma tarde super divertida, conhecemos mais pessoas que moravam por lá, bebemos muitas Cusqueñas, fomos convidadas para um churrasco à noite e fomos almoçar com eles num restaurante em Ica que nunca iríamos se não fosse junto com o povo que conhece. Super simples, mas foi um dos almoços mais "caseiros" e deliciosos que comemos (restaurante Vicky mas duvido que alguém ache ele de novo - MENU A 7 SOLES - hehehe). Depois de descansar um pouco fomos para o passeio de buggy com o Fernando, Pimpinho e Tony. Descemos as dunas deitadas e quase morremos do coração várias vezes. VALE MUITO A PENA. Assistir o pôr do sol nas dunas é uma das experiências mais incríveis que eu já vivi na vida. Muito lindo, À noite fomos para o churrasco do Tony. Foi o mais perto de balada que chegamos nessa viagem. Éramos as únicas dançando por lá, mas acabou que a noite foi muito boa. Depois do Tony causar muito e encher nosso saco, decidimos ir embora.

Pôr do sol mais lindo da vida
O último dia tiramos de descanso. A verdade é que iríamos embora só no outro dia, mas como não tinha mais muito coisa para fazer, fomos até o paradeiro da Cruz del Sur em Ica e trocamos nossas passagens para ir para Cusco um dia antes. O moço do nosso hostel era MUITO gente boa e tudo se resolveu. A passagem era só às 21:50h então decidimos curtir o lugar, deitar na grama e fazer nada. Foi ótimo para recuperar as energias porque sabíamos que Cusco e Machu Picchu iam ser sinistros. Mais tarde fomos dar uma volta no shopping de Ica, mas tava tendo um concurso de mini miss Peru que tava insuportável de lotado. Partimos então para as altitudes, Incas e tudo mais...

ps: Se meu texto não te deu vontade de ir pra Huacachina, procure outro que dá. O lugar é incrível mesmo. Vá! Dá muita saudade.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

4 dias em Huaraz

Huaraz - 14/09 a 17/09

Nosso ônibus para Huaraz era razoavelmente confortável para as 8h de viagem que enfrentamos. Chegamos por volta das 7h da manhã e pegamos um taxi (5 soles para andar 500m, mas confesso que foi bom, porque a mochila tava pesada e o hostel fica numa pirambeira). Ficamos no Alpez Huaraz e... não recomendo. Fechamos um quarto de 6 pessoas novamente e quando deixaram entrar no quarto (depois de sermos expulsas do sofá da área do café porque a gente não sabia ler ¬¬ e não era permitido ficar lá sem estar consumindo coisas do bar) ele estava fedendo e imundo. Descemos para reclamar e eles prometeram limpar. Nesse meio tempo fechamos os passeios para o Glaciar Pastoruri no dia seguinte e para a Laguna 69, no outro. Pagamos 35 soles por cada um e achei bem em conta. Não comparamos com as outras agências, fechamos no hostel mesmo. Queríamos aclimatar logo, então questionei o recepcionista do hostel onde poderíamos ir naquele mesmo dia e ele sugeriu a Laguna Parón e disse, inclusive, que poderíamos ir por conta própria. Depois que ele explicou onde pegar a van para Caraz, a cidade base para a Laguna, já saímos direto para lá. Pegamos a van, que custou 6 soles por pessoa e deu-se início aos sustos. O menino gritava o tempo inteiro chamando as pessoas para entrarem na van (isso é comum por lá, ela faz as vezes de ônibus e tem várias "agências" que fazem o trajeto, rola uma concorrência). Demoramos mais de 1h para chegar na tal Carraz. Chegando lá, o cara do hostel falou que seria fácil achar quem levasse na laguna. Mas não foi. Por sorte achamos uma menina que explicou que teríamos que pegar um mototáxi (tuktuk) até um tal de paradeiro para Parón e lá tomar uma van ou taxi para a laguna. O tuktuk custou 1 sol e nos deixou no tal paradeiro. Lá, não demorou nem 3 segundos para vir alguém oferecendo taxi. Bom, usamos as táticas de negociação previamente aprendidas em Lima e conseguimos fechar o tal taxi por 100 soles. O negócio é que ninguém falou que o taxi não seria exclusivamente nosso. O cara apertou nós 4 no banco de trás, colocou duas moças na frente e dois idosos de aproximadamente 90 anos no porta malas. Sim, porta malas. A gente não sabia qual reação ter. Mas enfim, depois dele largar os outros passageiros pelo caminho, dar muitas curvas buzinando numa estradinha (linda, por sinal) e subir muitos e muitos metros, chegamos na Laguna Parón. E valeu cada aperto, cada espanto e cada pó na estrada. Era o lugar mais lindo que eu já vi na vida. A cor da água é indescritível. Nós fomos um pouco burras e combinamos de ficar 1h só, por 120 soles ele ficaria 2h... Mas tá bom, fizemos nosso lanchinho (que se tornaria habitual) olhando aquela laguna, com as montanhas nevadas atrás (se te for familiar é porque é mesmo, são as montanhas que inspiraram o símbolo da Paramount Pictures), fomos atacadas por moscas gigantes (juro que dá para fazer um filme de terror com elas), descemos para ver o barquinho.. foi 1h mágica. Só faltou um pau de selfie. hahaha.
Voltamos o caminho todo ainda em choque, mas chegamos de volta em Huaraz umas 18h e decidimos almoçar/jantar em um restaurante perto do hostel chamado Soprano´s. Restaurante "italiano" com comidinhas gostosas e que abraçam a gente sabe? Fomos lá todos os dias, até a GRANDE decepção, que conto no fim. Voltamos pro hostel e o quarto tava limpo, porém fedido. Assim, descobrimos que o fedor era proveniente do israelense que dormia na cama embaixo da minha e que estava viajando há 5 meses (sem lavar as roupas, provavelmente). |Ele era gatinho mas fedia uma quantidade..pqp!
No dia seguinte foi dia de Nevado Pastoruri, um glaciar que fica na Cordillera Blanca, a cordilheira ocidental dos Andes peruanos. O ônibus era às 08:30h e até às 08h o menino esquisito que serve o café da manhã (nesse hostel a quantidade de pães e suco e café é contada, então somos servidos na mesa) não tinha servido a gente. O jeito foi reclamar com o cara da recepção (um pouco mais simpático) e ele brigar com o menino. Pedimos um ovo mexido pra dar sustância e demorou tanto, que chegou o carro que nos levaria para o ônibus da excursão e ainda não tínhamos comido. O jeito foi comer pão com ovo no carro mesmo (no caso meu e da Lilian, no porta-malas do carro.. eles realmente acham que porta-malas é lugar de gente). Fomos em um ônibus com a galera de Israel, que está dominando o mundo (eles estavam por toda parte e várias vezes nos reencontravam em cidades diferentes..aliás, isso aconteceu com várias pessoas). No caminho para o nevado paramos em uma lanchonete/restaurante para tomar um tal de "mate das 7 ervas" que ajuda para o tal Saroche - mal de altitude, já que iríamos subir mais de 5 mil metros. Depois fomos para o Parque Huascaran, pela Ruta Del Cambio Climático, para iniciar a subida que levaria ao nevado. Primeiro paramos em uma fonte de água gasosa e para admirar a principal flora local que é a tal da Puya Raimondi (olhei no google o nome, porque na hora não entendi nada - é uma bromélia andina). Ela dá muita flor e não serve de nada, só para adornar mesmo. Mas é linda e fomos na época florida. Tiramos muitas fotos, vimos casinhas andinas, a laguna das 7 cores que não era nada interessante, alpacas e um arco-íris lindo em volta do sol. Depois seguimos para a trilha de 2km andando que levaria até o nevado. Compramos um pau de selfie e vimos o poder dele. Muito bom! Agora vai uma explicação sobre o nevado (minha função social). O nevado fica a 5400m de altitude e há uns 20 anos se fazia snowboard por la. Era uma estação de ski e tudo mais. Mas com as mudanças climáticas e o aquecimento global, ele recua aproximadamente 70m por ano e estima-se que em 2030 ele já não existirá mais. Muito, muito triste saber que nós estamos destruindo nosso planeta e lá tivemos esse choque de realidade. A subida andando até o nevado é bem tranquila, apesar de ser, literalmente, só subida e foi bom para acostumar as pernas para o que estaria por vir no dia seguinte. O lugar é incrível e passamos muitas horas lá. O guia também era muito gente boa e adorou conhecer brasileiras. Depois de um barraco no ônibus entre alguns peruanos e os israelenses (povo ousado viu?) voltamos para o restaurante do mate para almoçar. Causamos um pouco no restaurante porque nosso portunhol não tava sendo bem compreendido e recebemos olhares de ódio (Pachamama não vai perdoar) e voltamos para Huaraz. Fomos no mercado Trujillo fazer umas compras para levar para a Laguna 69 (não tem restaurante no meio do nada e os lanchinhos são por nossa conta). Voltamos para o hostel e, para nossa surpresa, o israelense fedido estava sofrendo com o Saroche e teve uma dor de barriga..ou seja, ele fedia, o quarto fedia e agora o banheiro (do lado da nossa cama) também fedia. Foi uma experiência um pouco traumática na minha vida de adoradora de hosteis. Ah, a água do chuveiro do nosso quarto era fria também. Então...então.



O terceiro dia, já aclimatadas e sem sofrer nenhuma consequência da altitude, fomos fazer o famoso trekking da Laguna 69. O passeio sai às 5:30h da manhã, quando o ônibus passa para nos buscar. A trilha mesmo começou às 10h da manhã, porque paramos por toda parte para esperar pessoas e tomar café da manhã. Primeiro passamos em uma laguna que fica no caminho, linda e azul. E depois seguimos para começar o trekking da 69. Posso dizer que foi o maior desafio da minha vida esportiva/trilheira. A trilha é de 7km de subida. E obviamente 7km de descida, A verdade é que nada te prepara para aquilo. Você não imagina onde é a laguna, então não faz ideia o quanto terá que subir. O início é tão tranquilo que você imagina que vai ser mais fácil que o Pico do Pião em Ibitipoca, até perceber que o tempo tá passando, as pernas estão cansando e o caminho tá ficando mais íngreme. As pessoas que estão descendo começam a falar que falta pouco, mais meia hora só, mas passam 30, 40 minutos e nada (me senti enganada). Logo no "fim" tem um caminho muito íngreme e em zigzag, a pior parte sem dúvida, e as pausas, que eram de 100 em 100m passam a ser de 10 em 10m e bem..  no fim... você descobre que tem fim e que valeu a pena. Nós quatro conseguimos e nos sentimos vitoriosas. Cada uma foi no seu ritmo e nos separamos logo no início e foi muito bom nos encontrarmos no final. No ônibus conhecemos a Patrícia, de São Paulo, que nos acompanhou na subida junto com um italiano falador (que virou boy dela no final) e foi muito importante para termos forças para terminar a subida. A Lilian e a Ana Paula subiram com o guia. A Ana Paula teve dor de cabeça com a altitude e um chazinho e mascar uma folha deliciosa de coca ajudou a passar (pero que no), mas deu tudo certo. A trilha é linda, paisagem sensacional... Tem uma cachoeira gigante e subimos mais que o topo dela.. Quando você vê a neve lá embaixo e depois chega até próximo a ela, dá uma sensação de incredulidade. A descida foi tensa, porque parecia que não ia terminar nunca. O pé já doendo com a bota (sim, era nova e pouco usada..detonou meu pé)... Enfim, que experiência incrível. Super repetiria! A laguna foi o melhor momento da viagem, para mim. Mas sim, a Parón é mais linda. No hostel tínhamos colegas de quarto novos. Uma garota e um menino israelenses (que não fediam). Vi o cara nu assim que entrei..hahahha.,Brigamos por água quente e conseguimos tomar banho em outro quarto.

No último dia fizemos check out e fomos passear pela cidade. As 3 noites no Alpes Huaraz deu 69 soles por pessoa. Almoçamos em um restaurante indicado no TripAdvisor chamado 13 Buhos, experimentamos cervejas artesanais locais (Lucho´s beer, Sierra Andina) e depois passamos a tarde em um bar/restaurante chamado Trivio. Nosso ônibus para Lima sairia às 22:45h e decidimos comer nosso último jantar no Soprano´s. Demoraram mais de 1h para fazer nossa comida e, no desespero de perder o ônibus, acabamos não comendo. Nos decepcionamos muito com nosso restaurante da felicidade. O amor acabou. Fica a lição. No ônibus de volta, ficamos no andar de baixo e apesar de ser mais 1ª classe, é péssimo. Dá para sentir cada curva da estrada.

domingo, 2 de outubro de 2016

3 dias em Lima

Lima - 11/09 a 13/09
Pisco Sour
  Moradas
Nosso vôo para Lima era direto, saindo do Rio de Janeiro. Saímos às 05:35h e chegamos em Lima às 09:10h (lá tem 2h a menos do que o Brasil, então essa diferença de fuso ajuda a aproveitar mais o primeiro dia). Ficamos no hostel Pariwana Backpackers, em Miraflores e combinamos previamente com eles um transfer do aeroporto por 60 soles. Como não tínhamos trocado o dinheiro ainda, o hostel pagou para a gente e reembolsaríamos depois. Ficamos em um quarto para 6 pessoas e nossos colegas de quarto eram o Jan (finlandês gente boa demais, que acabou fazendo a maioria dos passeios com a gente nos outros dias) e o Fernando (da Guatemala que não sabia que língua se fala no Brasil e que não queria papo). Deixamos nossas coisas e já saímos para trocar nossos dólares (a Lilian levou real e perdeu super pouco na conversão..então até que vale a pena levar real para Lima e Cusco). Uma coisa que irrita muito em Lima e Cusco são as pessoas quase pegando a gente pelo cabelo para almoçarmos nos restaurantes deles. Tem hora que dá vontade de mandar todo mundo a merda. Não tenho humor para isso, mas acabamos raptadas por um cara que ofereceu pisco grátis e, na empolgação, acabamos comendo lá, o Rústica, em Miraflores mesmo. Foi nosso primeiro Lomo Saltado (DE MUITOS) e até que era razoável. A Lilian, empolgada em experimentar todas as iguarias peruanas, pediu a famosa Chicha Morada. É uma bebida DOCE, que vem de um milho roxo e que é o suco que acompanha a maioria das refeições no Peru. Mas, para o paladar das quatro, BEM ruim. Ele marcou nossa viagem.
Aproveitando o embalo de conhecer Miraflores, fomos ao Parque del Amor. É um parque gracinha, na costa, ótimo para curtir o fim de tarde. Lá tem a estátua o Beijo, do Victor Delfín e um muro ondulado super fotogênico, inspirado nas obras do Gaudí e com frases de vários artistas peruanos. Vale muito a pena conhecer e passar um tempo por lá. Continuamos andando e chegamos no shopping Larcomar. Tomamos um café no Havana e fomos super mal atendidas. Caro e ruim. Mas a vista do shopping é realmente muito linda.
Parque del amor
                                                
A noite jantamos no Chilis. Um clássico Mexicano/Peruano que tem por toda parte. Razoável. O terraço do hotel é super aconchegante então depois do jantar fomos ficar curtindo o fim de noite por lá. Nesse dia fechei o cadeado do armário com a chave dentro da mala e rolou uma comoção no hostel abrir..
 o drama do cadeado
                                                                             
  fiquei tímida
                                                                                           
Já tínhamos visto que o hostel oferecia uns free tours pela cidade e decidimos fazer no segundo dia o tour para o centro de Lima. O guia nos levou de BRT até a Plaza de Armas e de lá fizemos o passeio até a catedral, nos ensinou um pouco sobre a história política do Peru e terminou numa degustação de pisco. Foi bem legal. Almoçamos nesse dia no Tanta, um restaurante bem avaliado no Trip Advisor. Nosso primeiro Ceviche no Peru. Muuuito bom. Estávamos com o Jan, nosso colega de quarto e decidimos pegar o outro free tour pelo Barranco. Pegamos o BRT até o distrito e os guias mudaram. Foi aí que conhecemos "my friends"/"for example" o guia mais chato da cidade. Ele repetia essas frases o tempo inteiro, totalmente sem sentido. O Barranco é um distrito super legal, também na costa. Uma parte é mais simples, com arte de rua, restaurantes mais baratos. E outra parte é super classuda, com mansões, restaurantes refinados, embaixadas de vários países e tal. Achei  super gostoso de passar o dia e dizem que à noite é super boêmio. Fomos na famosa "El puente de los suspiros", que dizem que você faz um pedido e atravessa sem respirar, que ele vai ser atendido (todo mundo pediu boys..). Ao terminar o tour, o mala do guia nos ensinou a pegar o busão barato, que custa apenas 1 sol, chamado Chama. É aquele ônibus que você vê passar e jura que nunca vai entrar. Entra uma vez, paga barato e se acostuma a andar nele. Sabe? Queríamos sair nesse dia, mas acabamos muito cansadas e decidimos beber umas Cusqueñas no hostel mesmo (já disse que o terraço é super agradável e a 20m do quarto). Nessa noite conhecemos o Shane, sul africano e nosso novo colega de quarto (o GuateMALA boy vazou). Fizemos amizade com uns franceses (Remy e Bertrand) e nos juntamos todos para jantar (no Chilis de novo, sabe-se lá porque). Fomos a um karaokê mas não deu muito certo (lugar bem caído) e voltamos pro terraço do hostel. Arrasamos no totó (pero que no) e fomos dormir.
 nós 4, o Jan e uma alemãzinha
                                                                        
Puente de los suspiros
                                          
Busão Chama
                                                     
No último dia em Lima decidimos, finalmente, resolver a questão das passagens dos ônibus que iríamos pegar pelo país. Tinha uma agência no hostel e pela comodidade (e de diferença de apenas 5 soles por passagem) decidimos comprar por lá mesmo. Eles vendiam apenas pela Cruz Del Sur, então acabamos pegando apenas essa companhia. Mas eu sei que tem outras, como a Oltursa, muito boas. Compramos todas as passagens (Lima - Huaraz / Huaraz - Lima / Lima - Ica / Ica - Cusco) e deu um total de 360 soles. Decidimos nesse dia voltar para o Barranco, para conhecer o MATE (Museu do Mário Testino, um fotógrafo fodão de celebridades) e para almoçar. Comemos no La 73, eu já tinha recebido várias indicações desse restaurante e o TripAdvisor super recomendou. O restaurante tem aparência casual, com mesinhas na rua e no interior, cardápio com poucas variedades, mas é maravilhoso. Para mim, o melhor restaurante da viagem. Tomamos até um vinhozinho porque o lugar merecia.
 
La 73
                                                                                                            
Depois do almoço perfeito, andamos pelas ruas até chegar ao MATE. Custa 10 soles para entrar e não é tão interessante quanto todo mundo fala que é. Pegamos o busão de 1 sol e voltamos pro hostel. Nosso ônibus para Huaraz era às 22:30h então teríamos tempo para o último passeio, conhecer o Parque das Águas. Comemos no hostel enquanto esperávamos dar a hora para ir ao parque. Marcamos com o Jan e o Shane de irmos às 18h. Chegamos lá um pouco antes das 19h e paga-se 5 soles para entrar. O parque é imenso, cheio de fontes de água, conforme prometido. Às 19:15h começa o show em uma das fontes, com luzes, música e vídeos sobre a cultura peruana. Vale muuuuito a pena. Jantamos correndo no ChinaWok, uma rede de comida chinesa PÉSSIMA, mas é fastfood e estávamos com medo de perder o ônibus. No Peru não tem rodoviária, você vai até a "estação" da empresa de ônibus. Então chegamos na da Cruz del Sur um pouco antes das 22h para o começo da aventura pelo país.
Museu do Mário Testino
                                                                                 
Parque das águas