Huaraz - 14/09 a 17/09
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Nosso ônibus para Huaraz era razoavelmente confortável para as 8h de viagem que enfrentamos. Chegamos por volta das 7h da manhã e pegamos um taxi (5 soles para andar 500m, mas confesso que foi bom, porque a mochila tava pesada e o hostel fica numa pirambeira). Ficamos no Alpez Huaraz e... não recomendo. Fechamos um quarto de 6 pessoas novamente e quando deixaram entrar no quarto (depois de sermos expulsas do sofá da área do café porque a gente não sabia ler ¬¬ e não era permitido ficar lá sem estar consumindo coisas do bar) ele estava fedendo e imundo. Descemos para reclamar e eles prometeram limpar. Nesse meio tempo fechamos os passeios para o Glaciar Pastoruri no dia seguinte e para a Laguna 69, no outro. Pagamos 35 soles por cada um e achei bem em conta. Não comparamos com as outras agências, fechamos no hostel mesmo. Queríamos aclimatar logo, então questionei o recepcionista do hostel onde poderíamos ir naquele mesmo dia e ele sugeriu a Laguna Parón e disse, inclusive, que poderíamos ir por conta própria. Depois que ele explicou onde pegar a van para Caraz, a cidade base para a Laguna, já saímos direto para lá. Pegamos a van, que custou 6 soles por pessoa e deu-se início aos sustos. O menino gritava o tempo inteiro chamando as pessoas para entrarem na van (isso é comum por lá, ela faz as vezes de ônibus e tem várias "agências" que fazem o trajeto, rola uma concorrência). Demoramos mais de 1h para chegar na tal Carraz. Chegando lá, o cara do hostel falou que seria fácil achar quem levasse na laguna. Mas não foi. Por sorte achamos uma menina que explicou que teríamos que pegar um mototáxi (tuktuk) até um tal de paradeiro para Parón e lá tomar uma van ou taxi para a laguna. O tuktuk custou 1 sol e nos deixou no tal paradeiro. Lá, não demorou nem 3 segundos para vir alguém oferecendo taxi. Bom, usamos as táticas de negociação previamente aprendidas em Lima e conseguimos fechar o tal taxi por 100 soles. O negócio é que ninguém falou que o taxi não seria exclusivamente nosso. O cara apertou nós 4 no banco de trás, colocou duas moças na frente e dois idosos de aproximadamente 90 anos no porta malas. Sim, porta malas. A gente não sabia qual reação ter. Mas enfim, depois dele largar os outros passageiros pelo caminho, dar muitas curvas buzinando numa estradinha (linda, por sinal) e subir muitos e muitos metros, chegamos na Laguna Parón. E valeu cada aperto, cada espanto e cada pó na estrada. Era o lugar mais lindo que eu já vi na vida. A cor da água é indescritível. Nós fomos um pouco burras e combinamos de ficar 1h só, por 120 soles ele ficaria 2h... Mas tá bom, fizemos nosso lanchinho (que se tornaria habitual) olhando aquela laguna, com as montanhas nevadas atrás (se te for familiar é porque é mesmo, são as montanhas que inspiraram o símbolo da Paramount Pictures), fomos atacadas por moscas gigantes (juro que dá para fazer um filme de terror com elas), descemos para ver o barquinho.. foi 1h mágica. Só faltou um pau de selfie. hahaha.
Voltamos o caminho todo ainda em choque, mas chegamos de volta em Huaraz umas 18h e decidimos almoçar/jantar em um restaurante perto do hostel chamado Soprano´s. Restaurante "italiano" com comidinhas gostosas e que abraçam a gente sabe? Fomos lá todos os dias, até a GRANDE decepção, que conto no fim. Voltamos pro hostel e o quarto tava limpo, porém fedido. Assim, descobrimos que o fedor era proveniente do israelense que dormia na cama embaixo da minha e que estava viajando há 5 meses (sem lavar as roupas, provavelmente). |Ele era gatinho mas fedia uma quantidade..pqp!
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No dia seguinte foi dia de Nevado Pastoruri, um glaciar que fica na Cordillera Blanca, a cordilheira ocidental dos Andes peruanos. O ônibus era às 08:30h e até às 08h o menino esquisito que serve o café da manhã (nesse hostel a quantidade de pães e suco e café é contada, então somos servidos na mesa) não tinha servido a gente. O jeito foi reclamar com o cara da recepção (um pouco mais simpático) e ele brigar com o menino. Pedimos um ovo mexido pra dar sustância e demorou tanto, que chegou o carro que nos levaria para o ônibus da excursão e ainda não tínhamos comido. O jeito foi comer pão com ovo no carro mesmo (no caso meu e da Lilian, no porta-malas do carro.. eles realmente acham que porta-malas é lugar de gente). Fomos em um ônibus com a galera de Israel, que está dominando o mundo (eles estavam por toda parte e várias vezes nos reencontravam em cidades diferentes..aliás, isso aconteceu com várias pessoas). No caminho para o nevado paramos em uma lanchonete/restaurante para tomar um tal de "mate das 7 ervas" que ajuda para o tal Saroche - mal de altitude, já que iríamos subir mais de 5 mil metros. Depois fomos para o Parque Huascaran, pela Ruta Del Cambio Climático, para iniciar a subida que levaria ao nevado. Primeiro paramos em uma fonte de água gasosa e para admirar a principal flora local que é a tal da Puya Raimondi (olhei no google o nome, porque na hora não entendi nada - é uma bromélia andina). Ela dá muita flor e não serve de nada, só para adornar mesmo. Mas é linda e fomos na época florida. Tiramos muitas fotos, vimos casinhas andinas, a laguna das 7 cores que não era nada interessante, alpacas e um arco-íris lindo em volta do sol. Depois seguimos para a trilha de 2km andando que levaria até o nevado. Compramos um pau de selfie e vimos o poder dele. Muito bom! Agora vai uma explicação sobre o nevado (minha função social). O nevado fica a 5400m de altitude e há uns 20 anos se fazia snowboard por la. Era uma estação de ski e tudo mais. Mas com as mudanças climáticas e o aquecimento global, ele recua aproximadamente 70m por ano e estima-se que em 2030 ele já não existirá mais. Muito, muito triste saber que nós estamos destruindo nosso planeta e lá tivemos esse choque de realidade. A subida andando até o nevado é bem tranquila, apesar de ser, literalmente, só subida e foi bom para acostumar as pernas para o que estaria por vir no dia seguinte. O lugar é incrível e passamos muitas horas lá. O guia também era muito gente boa e adorou conhecer brasileiras. Depois de um barraco no ônibus entre alguns peruanos e os israelenses (povo ousado viu?) voltamos para o restaurante do mate para almoçar. Causamos um pouco no restaurante porque nosso portunhol não tava sendo bem compreendido e recebemos olhares de ódio (Pachamama não vai perdoar) e voltamos para Huaraz. Fomos no mercado Trujillo fazer umas compras para levar para a Laguna 69 (não tem restaurante no meio do nada e os lanchinhos são por nossa conta). Voltamos para o hostel e, para nossa surpresa, o israelense fedido estava sofrendo com o Saroche e teve uma dor de barriga..ou seja, ele fedia, o quarto fedia e agora o banheiro (do lado da nossa cama) também fedia. Foi uma experiência um pouco traumática na minha vida de adoradora de hosteis. Ah, a água do chuveiro do nosso quarto era fria também. Então...então.
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O terceiro dia, já aclimatadas e sem sofrer nenhuma consequência da altitude, fomos fazer o famoso trekking da Laguna 69. O passeio sai às 5:30h da manhã, quando o ônibus passa para nos buscar. A trilha mesmo começou às 10h da manhã, porque paramos por toda parte para esperar pessoas e tomar café da manhã. Primeiro passamos em uma laguna que fica no caminho, linda e azul. E depois seguimos para começar o trekking da 69. Posso dizer que foi o maior desafio da minha vida esportiva/trilheira. A trilha é de 7km de subida. E obviamente 7km de descida, A verdade é que nada te prepara para aquilo. Você não imagina onde é a laguna, então não faz ideia o quanto terá que subir. O início é tão tranquilo que você imagina que vai ser mais fácil que o Pico do Pião em Ibitipoca, até perceber que o tempo tá passando, as pernas estão cansando e o caminho tá ficando mais íngreme. As pessoas que estão descendo começam a falar que falta pouco, mais meia hora só, mas passam 30, 40 minutos e nada (me senti enganada). Logo no "fim" tem um caminho muito íngreme e em zigzag, a pior parte sem dúvida, e as pausas, que eram de 100 em 100m passam a ser de 10 em 10m e bem.. no fim... você descobre que tem fim e que valeu a pena. Nós quatro conseguimos e nos sentimos vitoriosas. Cada uma foi no seu ritmo e nos separamos logo no início e foi muito bom nos encontrarmos no final. No ônibus conhecemos a Patrícia, de São Paulo, que nos acompanhou na subida junto com um italiano falador (que virou boy dela no final) e foi muito importante para termos forças para terminar a subida. A Lilian e a Ana Paula subiram com o guia. A Ana Paula teve dor de cabeça com a altitude e um chazinho e mascar uma folha deliciosa de coca ajudou a passar (pero que no), mas deu tudo certo. A trilha é linda, paisagem sensacional... Tem uma cachoeira gigante e subimos mais que o topo dela.. Quando você vê a neve lá embaixo e depois chega até próximo a ela, dá uma sensação de incredulidade. A descida foi tensa, porque parecia que não ia terminar nunca. O pé já doendo com a bota (sim, era nova e pouco usada..detonou meu pé)... Enfim, que experiência incrível. Super repetiria! A laguna foi o melhor momento da viagem, para mim. Mas sim, a Parón é mais linda. No hostel tínhamos colegas de quarto novos. Uma garota e um menino israelenses (que não fediam). Vi o cara nu assim que entrei..hahahha.,Brigamos por água quente e conseguimos tomar banho em outro quarto.
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No último dia fizemos check out e fomos passear pela cidade. As 3 noites no Alpes Huaraz deu 69 soles por pessoa. Almoçamos em um restaurante indicado no TripAdvisor chamado 13 Buhos, experimentamos cervejas artesanais locais (Lucho´s beer, Sierra Andina) e depois passamos a tarde em um bar/restaurante chamado Trivio. Nosso ônibus para Lima sairia às 22:45h e decidimos comer nosso último jantar no Soprano´s. Demoraram mais de 1h para fazer nossa comida e, no desespero de perder o ônibus, acabamos não comendo. Nos decepcionamos muito com nosso restaurante da felicidade. O amor acabou. Fica a lição. No ônibus de volta, ficamos no andar de baixo e apesar de ser mais 1ª classe, é péssimo. Dá para sentir cada curva da estrada.
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